terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Coração Acelerado

Abram-se os panos... a vida vai começar!

Vivo com constante medo de me evaporar
Por entre os dias que já não sei contar
Vejo-me a colidir com uma tendência humana
De uma efemeridade que se torna ausência...

Castelos de areia... a espuma do mar colidiu contra eles e levou tudo o que deles os tornava únicos, próprios e originais. Fez deles uma recordação de algo que se reparava. Agora são apenas areia num turbilhão de emoções, levados pelo tempo e pelo caos, para descansar em praias, à espera que um dia voltem a fazer parte de uma brincadeira de criança para se juntarem com sentido. Nós somos grãos de areia e se o mar é o destino, não tenhas medo de te juntares ao mundo para ser um castelo. Podes pensar que não és tu, que perdes a individualidade, mas é aí que te tornas diferente, com um propósito, com uma vida. É no momento em que te juntas a alguém que fazes com que não sejas mais uma pessoa, porque tu olhaste para essa pessoa também como não sendo apenas mais um grão de areia, um número, no meio de uma imensidão de esquecimento.

Se o mar um dia te separar de mim... teremos uma história para contar!
Até lá vive o mundo que somos mesmo sendo duas partículas cheias de tempo.

Paulo Nogueira Ramos
19/01/10

http://www.youtube.com/watch?v=t6wrEPodMI0

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Black and White( But not a lot)

The smoke that she is using to draw my feelings across this black panorama is some kind of art between alcohol and a full warm night touching her body. I'm wishing some forever on a poetry kiss. Glass of light lost inside this room of shadows...

Je suis perdu sur l'idée de ton corp...

Broken glass of light, I will drink one more tear of wine just to imagine you staying. The people around you doesn't exist now. It's just me and you across this sweet acid darkness. You're my never ending everything and we had nothing to tell to the world...

C'est un petit "au revoir", mais le monde est notre histoire...


The piano is not playing anymore. It's time to let you look at me for the last time, my sweet dust inside a glass of night.

Un verre de vin sil vous plait...

E agora já posso viver de mim mesmo. As sombras são minhas outra vez! É a minha vez de perfurar a arte...

Paulo Nogueira Ramos
14-01-10

sábado, 26 de dezembro de 2009

Ao Pré-Som das Badaladas

Estou a envelhecer com o fim de ano. Uma curta existência de um tempo de longas memórias constrói contrastes entre duas gotas que estão a cair para o copo da vida: um lado vive o degradar de um ser que nunca mais serei e outro de uma queda que eu próprio criei. Esplendorosa gravidade, em tudo me fazes cair! Barba por fazer, cabelo fora do cosmos e coração na Lua- sou um pouco de sofrimento no pouco que me resta viver do que intemporalmente vivi. Todas estas etapas são, para mim, dançantes mortes que se aproximam de cheiros imaginários e de amores feridos. O meu recanto de emoções desfigurado por emoções, a minha serenata cantada à chuva pelos meios sentidos de uma casa sem telhas.
Tive vários vícios gémeos e apenas uma alma gémea. Nem sei bem em qual das escolhas me perdi mais, mas, de qualquer forma, é tudo uma arte profana que nunca me poderá libertar.

Neste momento apetece-me uma Erdinger!

O rock que tanto ouço parece ser cada vez mais uma versão cantada das minhas aventuras. Deve surgir da necessidade de me identificar com algo... e com pessoas só me destrói. Fico a caminhar moribundo por entre sítios que muitos pensam poder voar... no amor não se voa! Apenas alucinamos com espaços aproveitados por acreditarmos que alguém compreende o muito pouco que somos... pensamos que alguém nos entende a nós que nem nós próprios conseguimos entender!

Uma Erdinger calhava mesmo bem agora!
Ao invés de viver a vida estou fechado em casa a pensar nela. Triste espantalho... já te estavas a esquecer que o teu peito é feito de trapos...

Mesmo os meus trapos já não são os mesmos...


Paulo Nogueira Ramos
26/12/09

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Brinde aos Parvos e Poetas

Estavamos nós indignados com o culto à falta de culto da sociedade. Vimos um filme mais antigo( mas não assim tanto) sobre um "bad boy" e as suas insanidades rebeldes perante uma vontade anarquista de ser feliz, enquanto nos entregavamos ao prazer de puxar vários cigarros do bolso na busca de acalmar a dor de vício. Entretanto ele encontrou um amor que o prendeu ao amor social através do amor pessoal, revela-se uma boa pessoa quando, na verdade, nunca foi má por querer viver! Nisto vai demasiado fumo para os pulmões e passamos a contemplar os nossos copos de vinho iluminados pelo reflexo da luz do televisor. Estavamos isolados do mundo, logo podiamos criticá-lo de mente aberta, até regressarmos um pouco mais ponderados à nossa vida anormalmente normal. Eu queria ser aquele rapaz e perder todos os meus sonhos por causa de um desejo fixo, pelo menos durante uma hora, alienando-me da crueldade de se ver pelo menos cinco amostras de sonho por ano tornarem-se utopia.
Estava contigo numa bela filosofia de vida, enquanto, ao estilo bon vivant, brindavamos à nossa própria perda de tempo, falando de assuntos que nem sequer conseguiriamos perceber totalmente. Tu podias ser mais que a minha boa conversa, mais que um diálogo ultrapassado de filosofias raras... mais que uma ideia, mais que uma amizade passageira...
Este vinho põe-me dormente da alma! Começo a ver amores em cada gota de expressividade de um rosto que não consigo definir...
A vida é feita de oportunidades perdidas? Um brinde a isso e a tudo o que perdeste ao ler o que eu pensei numa situação que nunca aconteceu...

Paulo Nogueira Ramos
23/12/09

Vendavais Platónicos ou Carnais

Na delicada perfeição que ela trazia, o seu perfume espalhou-se pelo ar. Caí em mil inocências, enquanto o espírito dela voava pelo inverso do mundo!
"Sopro,sussuro ou suspiro?"
Espírito do vento que te tornaste, não és presa pela gravidade que me afecta o coração...
... "e serás sempre livre enquanto eu te sentir com esses mil sonhos na mão!"
Sou pequeno perto dos movimento do teu corpo e, mesmo sem reparar em toda a beleza que ele tem, mesmo desligado das imagens que aquecem o meu sangue, sinto a tua presença por entre a insistência da tua alma na minha escrita!

Guarda-me na tua viagem apenas mais um segundo...

Paulo Nogueira Ramos
23/12/09

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Inesperado

E ela mergulhou no céu que a rodeava, enquanto via a luz a ecoar impactos em todo o tamanho do infinito. Era tão célere cada momento que todos se juntavam num único e curto tempo.
Era inesperado, daí os meus estímulos. Ela dissipava-se em todos os meus nervos, como os próprios relâmpagos que ela prometeu ir visitar no topo de um mundo. são segredos estranhos esses que eu estou a vivenciar. Nada comum, digo eu, para um dia tão discreto.

"But you hey..."

Já voltou a chuva para me recordar, ao deslizar pela janela que, decididamente, estou fechado no meu quarto. Um mundo fora de um mundo e um dia fora de tudo o que o mundo tem para dar! Repetições e repetições! Hoje só nas palavras... que o resto será vida!

21/12/09
Paulo Nogueira Ramos

domingo, 6 de dezembro de 2009

Névoa do Nunca

Volta névoa cinzenta! Os meus dias sem perceber as alegrias e tristezas já passaram há muito... volta, volta, volta! Já sou feito de trapos usados logo, que mal tem eu usar-me de ti para me enganar a mim mesmo?
- Não será só comigo que perderás a alma! Uma morte às prestações queima mais... sê estóico e entrega-te à tua queda!
Tenho medo da nossa gravidade e vejo o mundo a parar... mas és tanto para todos os meus segundos que criaste um boicote de sonhos para marcar presença na tua ausência.
- És feito de tudo o que vais perder quando a porta se fechar...
Névoa dissipada, tens que ponderar viver na organização. Tudo tem o sabor a sangue nos meus pensamentos. São tantos os purgatórios que gero na minha mente. Não te esqueças que és feita de todos os futuros possíveis e imaginários... e eu, ao teu lado, sou um simples mortal.
- Escreverás muitos números nas paredes, serás um falhado recompensado! Viverás para esquecer e, talvez um dia esqueças que vives para morrer...
Viver num pedaço de medo não parece ser fácil... se pelo menos vivessemos os dois.
- E tu pensas que já morreste para mim há muito...

"I'm a satellite heart lost in the dark..."


Paulo Nogueira Ramos
07-12-2009